Prequência leiloada

Uma prequência foi leiloada dia 10/06, no dia seguinte, foi divulgada online, são parágrafos totalmente inéditos e que relatam uma vivência da dupla James Potter e Sirius Black, três anos antes do nascimento do protagonista da série, Harry Potter.

O Potterish fez o grande favor de traduzir tudo de imediato, o que facilitou a leitura dos fãs e a publicação na internet.

Uma motocicleta em alta velocidade fez uma curva tão acentuada na escuridão, que ambos os policiais no carro de perseguição gritaram “UAU!”. O sargento Fisher forçou seu enorme pé no freio, pensando que o garoto que estava no banco de trás seria engolido pelas rodas do seu carro; entretanto, a motocicleta fez a curva sem que nenhum de seus ocupantes caísse, e com uma piscada de sua luz traseira vermelha, desapareceu na apertada rua lateral.

– “Os pegamos agora!” - exclamou o agente da polícia Anderson. – “Isso é um beco sem saída!”.

Segurando firme na direção e enfrentando seus temores, Fisher destruiu metade da pintura do carro ao forçar o carro pelo beco em meio a perseguição.

Lá sob a luz dos faróis estava sentada a presa, parada finalmente após um quarto de hora de fuga. Os dois motoqueiros estavam encurralados entre uma grande parede de tijolos e a viatura da polícia, que agora se aproximava ainda mais deles, como se fosse uma presa rosnando, de olhos luminosos.

Havia tão pouco espaço entre as portas do carro e as paredes do beco que Fisher e Anderson tiveram dificuldade para sair do carro. Feria a dignidade ter que se arrastar, como um siri, até os malfeitores. Fisher puxava sua generosa barriga pela parede, arrancando botões de sua camisa pelo caminho, até finalmente arrancar o espelho retrovisor com sua parte traseira.

– “Saiam da moto!” – ele gritou com um riso de desdém para os jovens, que estavam sentados confortáveis na brilhante luz azul como se estivessem aproveitando.

Eles fizeram o que foi pedido. Finalmente se livrando do espelho retrovisor quebrado, Fisher os encarou. Eles pareciam estar no fim da adolescência. O que esteve dirigindo tinha um longo cabelo preto; sua aparência insolente o lembrava o guitarrista, namorado de sua filha. O segundo rapaz também tinha cabelos pretos, entretanto era curto e bagunçado; usava um óculos e tinha um largo sorriso. Ambos vestiam camisetas com um brasão apresentando um grande pássaro dourado; o emblema, sem dúvida, de alguma banda de rock desafinada e ensurdecedora.

– “Sem capacetes!” – gritou Fisher, apontando de uma cabeça descoberta para outra.
– “Ultrapassando o limite de velocidade... por... por uma quantia considerável! (De fato, a velocidade registrada tinha sido maior do que Fisher poderia considerar qualquer motocicleta capaz de viajar)”.
– “Não parando para a polícia!”
– “Nós amaríamos parar para uma conversa, - disse o garoto de óculos - mas estávamos tentando...”.
– “Não se faça de esperto, vocês dois estão em uma baita encrenca!” - rosnou Anderson – “Nomes...!”.
– “Nomes...?” - repetiu o motorista de cabelos compridos - “Er..bem... vamos ver. Tem Wilberforce... Bathsheba... Elvendork...!”.
– “E o que é legal desse último aí, é que você pode usar tanto para menino quanto para menina!” - disse o de óculos.
– “Ah... nossos nomes você quis dizer!” - perguntou o primeiro, quando Anderson balbuciou com aspereza. – “Você deveria ter falado! Esse é Tiago Potter, e eu sou Sirius Black!”.
– “As coisas ficarão seriamente complicadas para você em um minuto, insolentezinho”.

Mas nem Tiago nem Sirius estavam prestando atenção. Eles estavam subitamente tão alertas quanto cães de raça, olhando algo atrás de Fisher e Anderson, acima do teto do carro policial, na entrada escura do beco. Então, com movimentos fluidos idênticos, eles colocaram a mão no bolso.

No espaço de um batimento cardíaco, ambos os policiais imaginaram que eles estariam sacando armas, entretanto eles tinham tirado nada mais do que...

– “Baquetas?” – ironizou Anderson – “Um par de comediantes vocês, não são? Certo. Estamos prendendo vocês sob acusação de...”.

Mas Anderson nunca chegou a nomear a acusação. Tiago e Sirius haviam dito algo incompreensível, e os raios de luz dos faróis se moveram.

Os policiais giraram em volta e depois caíram de costas. Três homens estavam voando – realmente VOANDO – pelo beco em vassouras, e no mesmo momento a viatura da polícia estava se apoiando em suas rodas traseiras.

Os joelhos de Fisher falharam; ele caiu com força. Anderson tropeçou no pé de Fisher e caiu sobre ele, enquanto “FLUMP” - “BANG” - “CRANCH” – eles ouviram os homens nas vassouras baterem no carro levantado e despencarem, aparentemente inconscientes, no chão, enquanto pedaços quebrados de vassouras caíam sobre eles.

A moto tinha ganhado vida novamente. Com sua boca entreaberta, Fisher dominou sua força para olhar novamente os dois adolescentes.

– “Muito obrigado!” - disse Sirius acima do ronco do motor - “Ficamos lhe devendo essa!”.
– “É, foi legal conhecer vocês!” - disse Tiago - “E não se esqueçam: Elvendork! É unissex!”.

Houve um barulho de tremer a terra, e Fisher e Anderson jogaram seus braços um ao redor do outro com medo; o carro deles tinha acabado de cair de volta ao chão. Agora era a vez de a motocicleta levantar. Em frente aos olhos descrentes dos policiais, ela andou em pleno ar. Tiago e Sirius decolaram no céu noturno, com a sua luz traseira brilhando atrás deles como um rubi desaparecendo.

Da preqüencia na qual não estou trabalhando - mas foi divertido., J.K. Rowling, 2008.


Obrigada Oclumência!